Por que algumas fábricas suspenderam a produção no Brasil?

Algumas fábricas suspenderam a produção no Brasil, e um dos motivos para isso ter acontecido é a falta de componentes eletrônicos, que inclusive, é um problema que não tem data prevista para acabar. A grande demanda e oferta afetada pela pandemia do Covid-19 fez com que as fábricas e montadoras fizessem de tudo para prosseguir sua produção.

Algumas das fábricas que não ajustaram sua produção foram Chevrolet, Honda e Volkswagen no Brasil, e a gigante alemã explicou o intervalo por causa do agravamento da pandemia. Porém, a situação ainda é incerta e pode mudar rapidamente nas próximas semanas.

BMW, Renault, Toyota, Jeep, Nissan, HPE (Mitsubishi e Suzuki), Fiat, Jeep, Caoa Chery e HMB (Hyundai Motor Brasil) retornaram com a produção, mas com um acompanhamento permanente junto aos fornecedores.

Mas a situação está mais complicada do que os comunicados aparentam. Segundo alguns sites, algumas empresas, como a Stellantis, por exemplo, já começam com um “segundo plano” que é acatar uma tática de emergência de produzir carros montados parcialmente. Quando o componente em falta não está em uma situação mais precária, como uma peça de acabamento, é mais barato deixar o veículo armazenado no estoque e só depois colocar a peça que falta do que interromper toda a linha de montagem.

As fabricantes de menor volume foram menos afetadas. “Um grupo de trabalho foi feito de forma a assegurar entrega dos fornecedores de peças críticas”, justifica a BMW. A empresa afirma também que “antecipou eventuais necessidades e, atualmente, segue com os volumes previamente planejados. Compramos os suprimentos de forma antecipada de forma a garantir entregas conforme os contratos assinados”.

Armazenar estoque seria uma das últimas alternativas, por ser uma alternativa cara, porque requer local de armazenamento fora a antecipação de custos. Além da grande tendência de que as peças comecem a ter sobrepreços, que inevitavelmente serão repassados ao consumidor final. “Se a sistemista tiver, por exemplo, 10.000 módulos à pronta-entrega, e quatro clientes querendo comprar o lote completo, ela vai vender pra quem pagar mais”, disse um executivo.

Agora é oficial, as fabricantes negam que os preços irão subir mais por conta disso, mas fontes ouvidas em diferentes montadoras indicaram que novos reajustes serão, infelizmente, inevitáveis. “Modelos que têm alta procura e estão com fila de espera serão os primeiros a aumentarem”, arrematou o executivo.

Ainda, o Brasil não tem vacinas para resolução rápida desse problema. Estima-se que, independente da população imunizada, a normalização das linhas de montagem ainda deve demorar, se formos otimistas, provavelmente só irá ocorrer no segundo semestre.